Réquiem Para Um Assassino



Livro: Requiém Para Um Assassino
Autor (a): Paulo Levy
Editora: Bússola
ISBN: 9788562969058
Páginas: 224
Edição: 1
Acabamento: Brochura

Parecia uma manhã como outra qualquer na pequena Palmyra, uma cidade histórica no litoral do Rio de Janeiro. A caminho do trabalho, o delegado Joaquim Dornelas se espanta com um movimento incomum nas ruas. Diante da Igreja de Santa Teresa e da Antiga Cadeia, no Centro Histórico, uma multidão observa o corpo de um homem atolado na lama seca do canal. Ninguém sabe como o corpo foi parar lá. Não há sinais de arrasto, marcas de barco, violência, ferimentos, nada. Apenas um band-aid na dobra interna do braço esquerdo. Abandonado pela mulher e longe dos filhos, o delegado Dornelas, um tipo humano, amante de cachaça e de mingau de farinha láctea, se envolve de corpo e alma no caso em busca de salvação. Sem aviso, a irmã do morto e um vereador poderoso aparecem para dar informações importantes sobre o que se tornaria um caso de dimensões bem maiores do que Dornelas poderia imaginar. Aos poucos se revela uma complexa teia de interesses envolvendo a política, o tráfico de drogas, a prostituição e a comunidade local de pescadores. A intuição aguçada, a cultura e o conhecimento das forças que movem a natureza humana permitem ao delegado Joaquim Dornelas se mover habilmente pelo emaranhado de fatos e versões que a trama apresenta. O que a princípio seria mais uma investigação na sua carreira, se torna para o delegado uma jornada de transformação pessoal.


Joaquim Dornelas é delegado da cidade de Palmyra, cidade localizada no interior do Rio de Janeiro. Dornelas está divorciado, longe dos filhos, mas dedica-se em seu trabalho, que foi um fator decisivo para sua separação.
Em um dia, aparentemente comum, Dornelas caminha até o seu trabalho e se depara com uma cena com um aglomerado de pessoas próximos do manguezal, onde havia um corpo.
Discutindo com sua equipe, percebe que é necessário adulterar a cena do crime, tirando o corpo do litoral, onde a água avançava com extrema rapidez. Contudo, ao salvar o corpo, mal sabia Dornelas que estava tomando para si, um embrolho, que o levaria às áreas mais perigosas da cidade, assim como, às pessoas cheias de poder e impiedade.
Depoimentos falsos, ameaças, prostituição, caixa dois, trafico de drogas, e mais mortes. Quanto mais Dornelas avançava em suas investigações, mais a solução lhe escapava. Parecia que ninguém estava colaborando nas investigações; parecia que ninguém estava pronto para falar a verdade. E por quê? Porque estavam lidando com um mal que, talvez, nem mesmo a polícia poderia conter.

Devo admitir que, primeiramente, ao me deparar com a capa e seu título não soube o que pensar, o que esperar da trama. Não criei nenhuma expectativa, ou um conceito previamente adotado, simplesmente avaliei e “senti” o livro como ele verdadeiramente é.
Réquiem para um Assassino foi um grande surpresa para mim, começando por seu título e as inúmeras críticas que podemos encontrar logo nas primeiras páginas. Acostumada com James Paterson e algumas séries de TV que levavam o mesmo gênero – exemplo: CSI – fiquei abismada com o modo como o enredo foi construído, com a sincronia detalhadamente trabalhada e o equilíbrio perfeito. Criar, administrar, e, principalmente, finalizar os acontecimentos de um livro investigativo, não é para qualquer escritor; é preciso um controle muito grande para que os “furos” não aconteçam.
Nas primeiras páginas lidas, notei que Réquiem para um Assassino era mais um livro que lhe envolvia com tanta facilidade, que você não conseguia se desprender do mundo e acontecimentos criados. Li-o em poucos dias, lamentando não ter mais tempo para conhecer seu desfecho mais rapidamente. Leve, porém tenso; sério, e em outras ocasiões, engraçado; profissional, e ao mesmo tempo tão intimo: real e leal ao cotidiano. Mas o que mais me chamou a atenção foi o seu conteúdo: críticas às ações humanas, à burocracia, entre outros assuntos que somos obrigados à pararmos para refletir. Assim como, as informações diferenciais – e adicionais – que o autor, com certeza, teve que adquirir muito estudo para nos informar: a criação de frutos do mar, a linha de investigação que os agentes policiais assumem frente ao caso, entre outros atrativos.
Os personagens são tão reais quanto as cenas descritas, com um caráter único e especial. Dornelas, o protagonista, é um personagem curioso e fácil de se apegar. É ótimo ter conhecimento sobre a vida do delegado, seja ela profissional, ou pessoal.
Mas o que mais me intrigou foi o seu fim. Acreditava que seria um pouco mais agitado, cheio de cenas de ação, perigos; mas não, só terminou com a solução da investigação – o que já foi o suficientemente surpreendente. Mas então lembrei-me que Joaquim Dornelas é um delegado e não um investigador, seu trabalho não é tão arriscado quanto dos detetives, e que o livro se mantinha totalmente leal.
De capa dura, folhas amareladas, letra de tamanho e fonte satisfatória, o livro parece agradar qualquer tipo de leitor. E o melhor: Réquiem para um Assassino não é somente um livro de investigação que lhe distrai, lhe surpreende, é um livro que traz todos os atributos citados e anteriormente e mais: lhe traz ensinamentos. E é exatamente isso que a literatura necessita; de livros que te fazem pensar, criticar. Livros cheios de conteúdo.
Indico Réquiem para um Assassino à todos, para satisfazer todos os gostos. É raro encontrarmos livros que tenham tantos atributos hoje em dia.

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